quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Arqueologia de Ambientes Aquáticos


Quando se fala em Arqueologia é comum pensar imediatamente nas pesquisas feitas em superfície. Porém, cerca de 70% do planeta Terra é composto por água, e nessas águas estão localizados inúmeros sítios arqueológicos. São considerados sítios em ambientes aquáticos todos aqueles que estão localizados nos mares, oceanos, rios e lagos, ou em qualquer
ambiente alagado.

A área da Arqueologia que estuda esse tipo de sítio é conhecida como Arqueologia de Ambientes Aquáticos, que nada mais é, do que uma adaptação dos métodos e técnicas da Arqueologia para esse ambiente. Nesse caso, um arqueólogo mergulhador faz a pesquisa de campo submerso.

A Arqueologia tem como objetivo estudar sociedades humanas através da cultura material. Cultura material, por sua vez, são todos os resquícios deixados por diferentes populações ao
longo do tempo, que vão desde utensílios cerâmicos, artefatos de pedra, documentos escritos, construções e modificações nas paisagens até os restos humanos e de animais que conviviam com essas pessoas. Esse objetivo se mantém nas pesquisas aquáticas.

Há uma figura muito conhecida, a do caçador de tesouros, que  desde a antiguidade saqueia restos de embarcações naufragadas atrás de riquezas. Isso ainda é comum atualmente, algumas empresas são especializadas em fazer buscas no fundo do mar com fins lucrativos e mergulhadores recreativos, por vezes, retiram material dos naufrágios. Essa prática se diferencia muito da pesquisa arqueológica.

O patrimônio arqueológico é um bem não-renovável, desta forma, um pesquisador sério procura estudar um sítio causando o menor impacto possível. Por vezes, é necessário retirar algum material para uma análise posterior em laboratório, porém, já no planejamento da pesquisa deve-se assegurar que esses artefatos sejam conservados corretamente, em um laboratório ou em um museu. Esses objetos não ficarão com o profissional, eles são considerados patrimônio público.

É importante prezar pela preservação dos sítios arqueológicos subaquáticos, já que futuramente pesquisas com métodos e técnicas mais aprimorados poderão ser feitas. Além disso, por mais que existam técnicas de conservação de materiais, a melhor alternativa é a conservação in situ. A mudança de ambiente pode destruir objetos em pouco tempo, que se conservariam se estivessem no sítio arqueológico de origem.

Ao se manter um sítio preservado existem algumas alternativas para tornar esse patrimônio mais  próximo da população, como por exemplo, atividades de mergulho recreativo e  a criação de museus de sítio ou virtuais. Além disso, os projetos de pesquisa podem criar materiais para informar a população sobre os resultados da pesquisa, ou publicá-las em algum veículo de comunicação.